Agricultura regenerativa impulsiona produção em anos de seca
A Tereos reportou um aumento significativo na colheita de cana-de-açúcar nesta safra, mesmo enfrentando a forte seca que afetou os canaviais paulistas. O grupo projeta moer 3 milhões de toneladas a mais do que em safras com condições climáticas semelhantes, como em 2021/22, quando a produção atingiu 15 milhões de toneladas. A expectativa para 2025 era de 20,5 milhões de toneladas.
Segundo Felipe Mendes, diretor de Sustentabilidade, Novos Negócios e Relações Institucionais da Tereos, a produção também sofreu com os efeitos das queimadas de 2024, que atingiram 30 mil hectares dos 170 mil de cana própria da empresa, gerando um impacto financeiro de cerca de R$ 100 milhões. Apesar disso, a estiagem foi o fator determinante para o declínio da produção nos canaviais.
Implementação de práticas sustentáveis em mais de 30% dos canaviais
A Tereos já aplicou práticas de agricultura regenerativa em mais de 30% de suas operações, buscando equilíbrio do solo, controle de pragas e eficiência agrícola. Entre as técnicas adotadas estão o uso de bioinsumos, rotação de culturas e manejo mínimo do solo, preservando a palhada para controlar erosão e melhorar a fertilidade.
José Olavo Vendramini, superintendente de excelência agronômica e negócios agrícolas, destaca que, em anos com regime normal de chuvas, a empresa já supera a produtividade de outras usinas. “Com a recorrência maior de anos de seca, o trabalho que estamos fazendo nos canaviais próprios e dos parceiros tem feito a diferença”, afirma.
Tecnologia e bioinsumos: drones, vinhaça e fertilizantes biológicos
O uso de tecnologia tem sido central na estratégia da Tereos. Desde 2017, a aplicação localizada de vinhaça em linhas de plantio e o uso de fertilizantes especiais contribuíram para maior eficiência e menor emissão de gases de efeito estufa.
Drones de asa fixa realizam mapeamento dos canaviais, permitindo piloto automático em plantio, colheita e tratos culturais, enquanto robôs inteligentes identificam e pulverizam plantas daninhas com precisão. Além disso, nematicidas e fungicidas 100% biológicos e cerca de 70% dos inseticidas aplicados são de origem biológica, fortalecendo a resiliência dos canaviais em anos de baixa chuva.
Compromisso com a descarbonização e mercado europeu
A Tereos busca ser neutra em emissões até 2050, com metas intermediárias de redução de 50% nas emissões industriais e 36% nas agrícolas e de escopo 3 até 2033. O uso da agricultura regenerativa é fundamental para atingir esses objetivos, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos e correções de solo.
A empresa já comercializa produtos com 40% menos emissões, fechando 20 contratos com clientes europeus que demandam fornecedores alinhados a metas de sustentabilidade. Outros 80 contratos estão em negociação, com preços 2% a 3% acima da média de mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio